Durante uma reunião na Câmara Federal, o deputado catarinense Pezenti fez um discurso contundente em defesa dos produtores de leite brasileiros e chegou a ameaçar levar vacas à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra o governo federal.

Visivelmente irritado, o parlamentar afirmou que o setor está sendo “castigado” pela política de importações de leite em pó, especialmente da Argentina e do Uruguai, e que o governo estaria “defendendo países que praticam dumping” contra o Brasil.

“Eu vou ser o cara que vai abrir o registro do caminhão de leite que vai ser esvaziado na frente do Palácio do Planalto. O mundo tem que ver como é que esse governo trata o produtor de leite”, declarou Pezenti.

O deputado também disse que o produtor rural “só sabe fazer três coisas: trabalhar, trabalhar e trabalhar”, mas que até os mais pacíficos estão “perdendo a paciência” diante das dificuldades financeiras.

O deputado também disse que o produtor rural “só sabe fazer três coisas: trabalhar, trabalhar e trabalhar”, mas que até os mais pacíficos estão “perdendo a paciência” diante das dificuldades financeiras.

Em tom de crítica direta, Pezenti questionou o motivo de o governo ter retirado da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a competência para protocolar pedidos de medidas antidumping.

Ele afirmou que no mês de setembro, as importações aumentaram 28% e que desde janeiro deste ano, o volume de importação de leite chegou a 88% acima da média.

Segundo a CNA, o preço do leite pago ao produtor brasileiro pode cair cerca de 10% até o final do ano. Enquanto isso, os custos de produção já subiram aproximadamente 1,5%, e o valor recebido pelo produtor caiu 4,3%. Somente neste mês, foram importados cerca de 1,6 bilhão de litros de leite.

O deputado sugeriu que a decisão beneficia empresas importadoras e provocou: “Estão recebendo dinheiro dessas empresas? Isso não é uma acusação, é uma provocação”.

Encerrando o discurso, o parlamentar reforçou o ultimato: caso o governo não adote medidas para proteger o setor leiteiro, pretende liderar uma mobilização em Brasília.

“Ou o governo toma uma atitude, ou a gente vai encher essa esplanada dos ministérios de vaca de leite”, afirmou.